segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Como tudo começou..


Sempre que eu entro num grupo ou comunidade sobre o assunto EM, me apresento o mais sucintamente possível e mesmo assim escrevo um monte. Vou tentar dar um pouco mais de detalhes desta vez.
Muitos de vocês conhece um pouco da minha história, mas vamos lá.
Em 2008, Reveillon, acordei com o lado esquerdo do corpo todo dormente e formigando. Na época ainda não tinha a matéria de neurologia, então achei que estava com algum problema circulatório, que depois passou espontaneamente. 1 ano depois, numa época bem complicada de provas da faculdade, aconteceu a mesma coisa só que só do quadril pra baixo, também cessou espontaneamente mas fiquei em alerta. Passado mais 1 ano olha a dormência aí de novo!! Só que desta vez, era do lado direito, que começou no pé, e foi subindo pra parar uns 2 dedos pra baixo das ultimas costelas. Nesta época eu já tratava de pacientes com EM na faculdade mas nunca, nunca imaginei que aquele poderia vir a ser o meu diagnóstico. Depois de uns exames e uma correria danada no convênio médico, estava lá, estampada minha testa, a bendita da frase "Possível EM". Depois disso começaram as dificuldades (principalmente da cabeça) e o tratamento com um antiinflamatório oral e depois de uns 30 dias, os sintomas resolveram desaparecer.. Passado isso, comecei o tratamento com Copaxone por achar que ele era o mais viável por não ter efeitos colaterais, já que minha vida era a maior correria do mundo, e nesta altura, no último ano de faculdade eu não podia desabar.
Depois de 7 meses de muitas picadas e muitos rubores nas pernas e barriga, surgiu um novo surto, muito provavelmente ocasionado pelo tamanho estresse que eu havia passado na fase final do curso com provas, avaliações de todos os tipos e uma dívida gigante da comissão de formatura da minha sala (que eu estava engajada, claro). Mas este foi mais complicado. Fiquei com diplopia (visão dupla), uma paralisia do nervo óptico bilateral que me deixava quase cega, e além disso fiquei muito, muito estrábica. Desta vez fiquei assustada, nunca tinha havido nada igual e só de pensar na chande de não voltar a enxergar o normal, eu perdia o chão.. E minha colação de grau chegando, o baile também... No final das contas fui daquele jeito mesmo pra colação, tanto que não conseguia enxergar ninguém da minha família fazendo festa pra mim, e minha pupila nas fotos estava maior que minha cara!! Acredite. Me internei no dia seguinte à colação, fiz os 3 dias de pulsoterapia, e depois de 3 meses que consegui voltar a enxergar 100%, ou melhor, uns 80% no máximo. Meu EDSS foi pra 2,0 porque esse surto me sequelou no pé e no olho esquerdo, que até pouco tempo nunca mais tinham sido normais. !
Passado este surto, que me assustou muiiiito, eu comecei a repensar os tratamentos, e resolvi tentar a sorte com um novo, pra mim, dr. Cícero Coimbra, que me passou as vitaminas que tomo até hoje. Desde este ultimo surto, em Fevereiro de 2011, nunca mais tive nada e a última ressonância magnética mostrou que umas 15 lesões do meu sistema nervoso sumiram, e não apareceu mais nenhuma. Além disso no meu ultimo exame físico o médico avaliou o que nem eu havia notado: Meu pé e meu olho não tem mais absolutamente nada de sequela e meu EDSS voltou pra 1. Aeeeee!!!
Bom, me alonguei, claro, mas como nunca expus a situação desta forma detalhada, resolvi que vocês, pra me conhecerem bem, tem que conhece-la completa e acreditar que não foi fácil mas estou aqui, inteirinha e cheia de vontade de melhorar ainda mais.

Bem vindo, pessoal

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