sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

É hora de olhar pra frente!

Estava pensando que pra começar direito essa minha ideia de ser blogueira, tinha que dar sentido pras coisas, inclusive para o nome do blog, de que até agora não havia falado nada..
Então, porque o nome OLHAR PRA FRENTE?

Porque vejo gente o tempo todo, independente da situação a que se está exposto, reclamando da vida, sempre se inferiorizando, se vitimando... Galera, repete comigo:
AS COISAS NÃO SÃO ASSIM!!

Eu sei que ter EM é foda, que tem dias que o corpo dói, formiga, tudo te cansa.. Tem dias que se alguém perguntar, eu posso jurar que lutei a noite toda com 4 ou 5 rinocerontes!!! Mas aí eu paro e penso: “Meu mau humor, chatice e minha pena de mim mesma vão melhorar meu dia (que já está difícil), em alguma coisa??” E a resposta é sempre a mesma: “NÃO NÃO E NÃO”.

Pode parecer meio radical dizer isto num blog que fala para pessoas com Esclerose, porque uma das nossas características é a tal labilidade emocional, a volubilidade de humor e também esse ar depressivo, de quem tenta as coisas e não consegue fazer. Só que isso vai completamente contra o que todos os tratamentos mandam a gente fazer, que é ter equilíbrio emocional!!

Vocês já pararam pra pensar na força que nós temos que ter? Como tenho o emocional meio abalado por conta da EM, qualquer coisinha que acontece me tira do eixo totalmente! Eixo esse que em mim, por ser portadora de EM, tem que estar sempre muiiito bem e no lugar, para que eu não desenvolva novos sintomas e surtos. Não é irônico??!!

E é neste raciocínio que está o segredo. Se você se ama e quer continuar andando, enxergando e sendo feliz no “amanhã”, está na hora de OLHAR PRA FRENTE! Por que parar a vida e se deixar tomar por uma preocupação boba no hoje, se isso pode te trazer problemas muito maiores amanhã? O problema de hoje vale a deficiência de amanhã??

Digo isso a vocês com o conhecimento de causa de quem já teve surtos por causa de prova de faculdade, problemas no trabalho e por falta de grana.. Nem um terço do estresse valeu a pena, todos os problemas foram resolvidos, ou não, e hoje eu tento viver cada dia pensando que amanhã quero estar melhor que hoje. Só olho pra frente, e mais nada.

Bora olhar pra frente também??

Beijos a todos.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Como tudo começou..


Sempre que eu entro num grupo ou comunidade sobre o assunto EM, me apresento o mais sucintamente possível e mesmo assim escrevo um monte. Vou tentar dar um pouco mais de detalhes desta vez.
Muitos de vocês conhece um pouco da minha história, mas vamos lá.
Em 2008, Reveillon, acordei com o lado esquerdo do corpo todo dormente e formigando. Na época ainda não tinha a matéria de neurologia, então achei que estava com algum problema circulatório, que depois passou espontaneamente. 1 ano depois, numa época bem complicada de provas da faculdade, aconteceu a mesma coisa só que só do quadril pra baixo, também cessou espontaneamente mas fiquei em alerta. Passado mais 1 ano olha a dormência aí de novo!! Só que desta vez, era do lado direito, que começou no pé, e foi subindo pra parar uns 2 dedos pra baixo das ultimas costelas. Nesta época eu já tratava de pacientes com EM na faculdade mas nunca, nunca imaginei que aquele poderia vir a ser o meu diagnóstico. Depois de uns exames e uma correria danada no convênio médico, estava lá, estampada minha testa, a bendita da frase "Possível EM". Depois disso começaram as dificuldades (principalmente da cabeça) e o tratamento com um antiinflamatório oral e depois de uns 30 dias, os sintomas resolveram desaparecer.. Passado isso, comecei o tratamento com Copaxone por achar que ele era o mais viável por não ter efeitos colaterais, já que minha vida era a maior correria do mundo, e nesta altura, no último ano de faculdade eu não podia desabar.
Depois de 7 meses de muitas picadas e muitos rubores nas pernas e barriga, surgiu um novo surto, muito provavelmente ocasionado pelo tamanho estresse que eu havia passado na fase final do curso com provas, avaliações de todos os tipos e uma dívida gigante da comissão de formatura da minha sala (que eu estava engajada, claro). Mas este foi mais complicado. Fiquei com diplopia (visão dupla), uma paralisia do nervo óptico bilateral que me deixava quase cega, e além disso fiquei muito, muito estrábica. Desta vez fiquei assustada, nunca tinha havido nada igual e só de pensar na chande de não voltar a enxergar o normal, eu perdia o chão.. E minha colação de grau chegando, o baile também... No final das contas fui daquele jeito mesmo pra colação, tanto que não conseguia enxergar ninguém da minha família fazendo festa pra mim, e minha pupila nas fotos estava maior que minha cara!! Acredite. Me internei no dia seguinte à colação, fiz os 3 dias de pulsoterapia, e depois de 3 meses que consegui voltar a enxergar 100%, ou melhor, uns 80% no máximo. Meu EDSS foi pra 2,0 porque esse surto me sequelou no pé e no olho esquerdo, que até pouco tempo nunca mais tinham sido normais. !
Passado este surto, que me assustou muiiiito, eu comecei a repensar os tratamentos, e resolvi tentar a sorte com um novo, pra mim, dr. Cícero Coimbra, que me passou as vitaminas que tomo até hoje. Desde este ultimo surto, em Fevereiro de 2011, nunca mais tive nada e a última ressonância magnética mostrou que umas 15 lesões do meu sistema nervoso sumiram, e não apareceu mais nenhuma. Além disso no meu ultimo exame físico o médico avaliou o que nem eu havia notado: Meu pé e meu olho não tem mais absolutamente nada de sequela e meu EDSS voltou pra 1. Aeeeee!!!
Bom, me alonguei, claro, mas como nunca expus a situação desta forma detalhada, resolvi que vocês, pra me conhecerem bem, tem que conhece-la completa e acreditar que não foi fácil mas estou aqui, inteirinha e cheia de vontade de melhorar ainda mais.

Bem vindo, pessoal

Thaís por Thaís

​Sou uma mulher de 25 anos, com uma família linda, cheia de bons motivos para amar, muito, a vida que tenho.  Aqui virão histórias sobre mim, sobre a Esclerose Múltipla, e sobre a minha vida antes e depois dela.


Sempre acho falar da parte afetiva, a mais difícil, porque envolve pessoas que você não sabe como pensam, o que acham, e como enxergam essa coisa de "exposição" on-line.
Mas vamos lá. Sou a filha caçula de uma família com 2 filhos apenas, logo tenho um único irmão que, junto com minha mãe, me mimou muito, muiiiito a vida toda.
Ela, uma mulher linda e batalhadora, nos criou sozinha, porque desde que engravidou de mim, meu pai desistiu de ser marido e pai, mas isso não vem ao caso, já que em questões financeiras e afetivas, ele é "café com leite". Tem gente, inclusive que associa a Esclerose e a Asma com esse lance de "rejeição" mesmo que seja no período pré-natal, e foi exatamente o que aconteceu comigo, da parte do meu pai, é claro. Mas eu não sei se levo muita fé nessa história não. Acho mais viável acreditar que tudo o que acontece na vida da gente é pra acontecer, e vem como aprendizado!
Falando em família, tenho aquele irmão lá, que fez um PUTA papel de pai pra mim, desde sempre me criou como se fosse dele e fez esse papel muito melhor do que meu pai poderia ter pensado em fazer.. E dele, saiu um filhinho lindo, que é o nosso mais novo grande amor.
Também preciso citar que tenho um namorado lindo, que eu amo muito! e que me mima (mais um!), me dá o céu pra me ver feliz e nem sabe que pra isso acontecer ele não precisa se esforçar nada, é só estar por perto. Ele já se encontra no núcleo de pessoas que tem me feito muito bem!

Acho importante também falar do meu lado profissional, pois sou formada em fisioterapia, pela Universidade São Francisco. Me graduei há 3 anos e atuo na área desde então.
O fato de eu já ter tratado de pacientes com Esclerose Múltipla durante a faculdade, unido à minha loucura pelo ato de "cuidar", sempre me fizeram ter um olhar diferenciado pelo idoso e pelo paciente de doença degenerativa.
Tenho uma paixão maluca por reabilitar, por recuperar qualquer sensação que possibilite o paciente a fazer coisas que não fazia mais, desde levantar um braço, andar em um passo mais largo, até ficar em pé e voltar a andar.
Tudo isso me faz estudar e estudar sobre novos tratamentos, novos estudos e muita coisa que tenha relação com uma possível melhora (ás vezes vista como insignificante), e tentar aplica-la na minha vida e na de quem eu puder. 

Não poderia deixar de falar da minha pequenina, a Luly, que torna meus dias bem mais atarefados, porém faz a minha vida ser completa e muito mais feliz!

Bem vindo, pessoal!!